quinta-feira, 1 de abril de 2010

Férias de Angola...

A baía de Luanda (em cima) e os furriéis Cruz e Viegas, no Quitexe

Há 35 anos, dia 1 de Abril e das mentiras, não era inverdade e eu já entrara de férias. Amarrei de serviço toda a noite de 28 para 29 de Março, lá fiz a entrega na formatura das 8 horas, mata-bichei (assim se dizia por lá o tomar o pequeno almoço; ou almoçar, se fosse na minha terra...), atirei-me para debaixo de um banho de chuveiro fresco para limpar pó e suores e aí fiquei eu civilzinho desempoeirado, prontinho a sair para Carmona e, daí, para Luanda! Assim foi em sábado da aleluia de 1975!
O Cruz ia ser (foi) o companheiro de férias e iríamos «estagiar» na capital, para espreitar e sentir o lúdico mais vivo da noite e saborear a companhia da amigos que por lá faziam pela vida: os Resendes, o Custódio, a Cândida, a Benedita e o Mário, a Fernanda, o Neca, o Alberto... E o que e quem por lá nos servia de pastos aos sonhos e aos desejos.
Estava tudo combinadinho: os dias de Luanda, os de Nova Lisboa (onde iria fazer surpresa à Cecília e ao Rafael, ao tempo por lá donos do Hotel Bimbe, e partilhar-me com Isolina, a senhora viúva de meu padrinho Arménio...). Depois, a gosto do Cruz, viajaríamos para Lobito e Benguela, por caminho de ferro, onde iríamos bater à porta de familiares dele e, se me lembro bem, de uma namorada dele, de outros tempos!
E lá fomos nós, faz amanhã um ano, na GMC do SPM, em boleia matinal para o aeroporto de Carmona - de onde voámos para Luanda.
Angola estava a nossos pés e ia matar os nossos desejos de lhe olhar o ventre de paisagens esmagadoras, a cultura dos seus povos mais a sul - e que eu já tinha espreitado por Setembro de 1974. Na altura, saltei-me para Gabela e de lá para Nova Lisboa, indo aos prazeres do marisco do mar do Lobito com o Orlando Rino, conterrâneo que comerciava no Bairro de Santo António (de Huambo) e agora é riograndino no imenso Brasil, na ponta que, lá para baixo do mapa, faz fronteira com a Argentina.
Eram as segundas férias de Angola que iam começar!
Ver crónica AQUI.
- CRUZ. António José Dias Cruz, furriel miliciano mecánio rádio-montador. Natural de Cardigos e residente em Lisoba, onde é funcionário camarário.

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