sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Melo está vivo!!!

O Melo foi companheiro de alguns momentos epopeicos da nossa jornada de África. Ele, atirador de cavalaria e sempre mais impulsivo, mais arrebatado, mais empolgante e contestatário. Revoltado!! Anti-tropa, diria eu! E eu, de operações especiais (ranger´s), talvez mais recatado, menos explosivo, porventura mais racional, menos dado às dores de alma que nos constrangiam a comissão ultramarina.
Um momento menos bom da nossa passagem pela terra angolana aproximou-nos bastante. Sem sermos íntimos - ou sequer por isso ficarmos!... -, fomos cúmplices. E ainda bem!!! Ainda há dias falámos disso, pelo telefone!!!
O tempo passou, galgou os anos que nos fazem (quase) sexagenários, mas abre-se o baú de memórias e algumas coisas não esquecem! Estão gravadas na alma e até nos fazem chorar o coração. Vencem-nos pela emoção, ou pela nostalgia.
O Melo, em 1975, seguiu a vida dele e eu a  minha, cada qual pelo seu lado. Surpreendentemente, seguiu ele a carreira militar, na GNR, e um dia nessa função o achei, na antiga EN1, entre Pombal e Leiria. Ele não deu pela minha cara, enquanto o companheiro de patrulha me inspeccionava documentos. Eu fui-o "descobrindo". Aquele ar, aquele trejeito, aquele olhar, aquele nervosismo, aquela ansiedade..., eu conhecia "aquilo". Não via era de onde. Até que me deu o clic: era o Melo.
Abraçámo-nos, a espanto do GNR que me inspeccionava!
Voltámos a encontrar-nos, quando me visitou em Águeda, em finais dos anos 90 e por razões que não vem a caso. E a desacharmo-nos, de novo e por nada. Apenas porque a vida é mesmo assim.
Recentemente, chegou-me a notícia: morrera o Melo. De doença. Pffff!!!..., como é madrasta a vida!
Um amigo e conterrâneo do Melo, confirmou a infausta nova. E aqui a dei.
Mas não era assim. O instinto levou-me a refazer a "investigação", acreditando ter de vir a "desfazer" a minha "mentira". Um vizinho menos simpático confirmou-me a vida do Melo. Que era vivo, sim senhor! Daí, até me  socorrer de um companheiro do blogue, o Casal, foi um instante. Olhe vá aí, ao nº. tal da rua tal, e veja se por lá está o Melo. Estava! Já falei com ele e das mãos dele, pelas do Casal, aqui está a foto do Melo. O ganda Melo!!!
Ó pá, desculpa lá: aqui te "matei", aqui te ressuscito!
Um grande abraço!

2 comentários:

Rodigues ZALALA disse...

MELO por certo que que vais lembrar na recruta da EPC quando te gamaram uma camisa e tu passa-te a noite na caserna que nesse tempo não tinha armários eram umas caixas, a dizer quem foi o filho da p.... que me roubou a camisa se é homen que apareça que eu fo.... os cornos mas o certo é que nós tivemos que te aturar toda a noite com a tua mansangem, Quem foi o filho da ..... 1 GRANDE ABRAÇO MELO

Anónimo disse...

Com emoçãoo leio Cavaleiros do Norte. Com mais emoção ainda que, afinal, o Melo está vivo,
Um abraço.
Guedes