terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

1 188 - A hora do banho em Zalala...

Rodrigues e Queiroz na hora do banho, em Zalala (1974)

Os aquartelamentos tinham as melhores condições possíveis. Uns melhores, quantas vezes pela obra e engenho dos residentes, que inventavam meios para ter mais qualidade de vida. Em terra de calor, muito calor, e os banhos diários eram imprescindíveis. Às vezes, dois e três!
A imagem mostra o Rodrigues e o Queirós, em Zalala, preparando-se para um banho. O Rodrigues, está com um  recipiente de lona impermeável adaptado, cheio de água. Depois, vejam lá a imaginação, era pendurado numa árvore e a engenhoca, diz ele, «fazia um chuveiro porreiro!».
O banho, como é bom de adivinhar, estava limitado à quantidade de água do balde, para que, diz o Rodrigues, com ironia, “a factura do fim do mês não fosse elevada”. Eram bons tempos e bons hábitos, os da poupança - a que muitos de nós não se habituou, como o próprio Rodrigues nos conta: «Nos dias de hoje, vou para o chuveiro e gasto água por vezes em demasia e a factura lá me faz lembrar esses tempos...».
Pudera!
Outras águas, e sem chuveiro mas com queda, estava o Queiroz na mão: para um banho por dentro! É uma garrafa do Black & White e o respectivo copo. O Queiroz  estava de folga e considerava-se «um civil nesse dia». Por isso, lembra o Rodrigues, «não alinhava com esses pobretões da tropa, que tomavam banho com um tipo de regadores»
O método era vulgar, por Zalala e sabe-se lá por quantas outras guarnições. «Não se abatia o inimigo, mas matava-se o tempo que por lá passamos», lembra-se o Rodrigues.
- RODRIGUES. Américo Joaquim da Silva Rodrigues, furriel miliciano atirador de Cavalaria, da 1ª. CCAV., a de Zalala. Aposentado e residente em Vila Nova de Famalicão.
- QUEIRoz. Plácido Jorge de Oliveira Guimarães Queiroz, furriel miliciano atirador de cavalaria, da 1ª. CCAV. 8423, de Zalala,. Aposentado e residente em Braga.

4 comentários:

Tomás - CCS disse...

Isto é que era vidinha. Quanto não valia estar longe do comando. Um á civil outro em "calções", maravilha . Depois estranhavam quando iam ou passavam pelo Quitexe e eram obrigados a adarem todos direitinhos. Lavados, barbeados, bem fardados, enfim era uma seca. Assim que podiam fogiam do Quitexe a sete pés. A esta distância no tempo, até dá vontade de rir, principalmente dos desenrasques do momento e não era só inventar chuveiros, tantas coisas que se faziam...

Hukalilile disse...

Pela primeir vez que visito este blog. Gostei imenso do que vi. Parabéns pela iniciativa

rodrigues -zalala disse...

Abraço Viegas.Quando relembramos estas fotos, até parece que os nossos anos de vida estão com elas. Desculpa mas rectifica, somos os dois da 1ª Companhia essa é que era de Zalala. Não esmoreças, vai à luta e continua. Os Cavaleiros do Norte são a razão da nossa união.Mais um forte Abraço pelo teu trabalho e persistência.Rodrigues- Zalala

rodrigues -zalala disse...

Caro Tomás, a vida é mesmo assim, os administradores tem de andar sempre bem vestidos , barbeados,com um bom banho, aliados com condições de todo o tipo porque eles precisam delas para realizarem os seus objectivos. isso era CCS, Quitexe. Mas eu compreendo isso porque é necessário. Zalala era diferente, era uma luta dos subordinados ao comando,como qualquer trabalhador duma fábrica de têxteis ao seu chefe. As condições eram e foram sempre menores, os perigos eram mais iminentes e para isso nunca precisamos de cortar a respectiva barba, ou farda,porque em "calções" ou á civil lá nos encontrava-mos todos numa defesa de todos os nossos Camaradas. Agora vidinha , era quando nos descolavam-mos ao Quitexe ou Carmona isso sim é que era vida, Longe do olhar do nosso Comandante. Não ligues, não estou na crítica sou e estou a desejar uma bela vidinha Caro Camarada TOMÁs UM grande Abraço Camarada