quinta-feira, 1 de março de 2012

1 190 - A véspera do adeus ao Quitexe...

Avenida principal do Quitexe (rua de baixo) do Quitexe. Bandeira 
de Portugal hasteada (a verde) e porta d´armas (a amarelo)

A 1 de Março de 1975, a CCS do BCAV. 8423 fazia malas para o adeus à vila-mártir de 1961. O Quitexe! Ali chegáramos a 6 de Junho de 1974, ali semeáramos esperanças de uma comissão feliz, sem mortos, sem feridos, sem traumas e sem constrangimentos de guerra. Ali, à distância, acompanháramos o processo revolucionário que incendiava Lisboa e amadureceramos a vida que nos fazia mais homens.
O PELREC, que eu integrava com orgulho, palmilhara milhares de quilómetros, em patrulhas e operações militares, galgando picadas de medos e trilhos balizados de perigos, por entre o capim e a mata densa, que não nos fizeram lutos, mas nos abriram olhos e sentidos - mesmo que nunca a metralha nos atropelasse o destino, ou acobardasse a generosidade de jovens roubados ao chão das suas terras e ao calor das famílias para servir na guerra.
 O PELREC sempre foi generoso, sempre valente, sempre sem medos - mesmo quando caminhou por trilhos e picadas onde se adivinhava a morte, onde as minas e armadilhas se camuflavam no pó ou no disfarce da natureza, onde teve de aprudentar avanços, que tiveram recuos para se chegar ao fim.
O PELREC nunca teve medo de ter medo! Não recuou, nunca, sob o comando do (alferes) Garcia, ou quando foi «dado» às ordens dos furriéis de sempre - o Neto, o Viegas ou Monteiro (mais entregue a armas de secretaria). 
O PELREC sentiu-se construtor do país que nascia e, hoje se fazem 37 anos, fez malas para o adeus ao Quitexe! 

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